Page 191 - 9F O APANHADOR NO CAMPO DE CENTEIO
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gente precisa ser um grande artista para tocá-lo bem. Era um livro um bocado

               imbecil - disso eu sei - mas de qualquer maneira não conseguia tirar da cabeça
               esse negócio do violino. E é por isso que eu queria mais ou menos treinar um
               pouco, para o caso de vir a me casar algum dia. Caulfield e seu Violino Mágico,
               que  tal?  É  ridículo,  não  há  dúvida,  mas  não  é  tão  ridículo  assim.  Eu  até  que
               gostaria de ser bamba nesse troço. Para ser franco, quando estou me badalando
               com  uma  garota,  perco  metade  do  tempo  só  para  encontrar  aquilo  que  estou
               procurando,  se  é  que  vocês  entendem  o  que  eu  quero  dizer  com  isso.  Por

               exemplo, essa garota com quem eu quase tive relações sexuais. Passei quase uma
               hora só para tirar a droga do soutien dela. Quando afinal consegui, a menina já
               estava a ponto de cuspir em cima de mim.










                      De  qualquer  forma,  continuei  a  andar  pelo  quarto,  esperando  que  a
               prostituta aparecesse. E desejando que ela não fosse um bagulho. Mas até que
               não me importava muito. Só queria mesmo era acabar logo com o troço todo.
               Afinal, alguém bateu à porta e, quando ia abrir, minha mala estava bem no meio

               do  caminho,  tropecei  e  quase  quebrei  a  droga  do  joelho.  Escolho  sempre  as
               ocasiões mais formidáveis para tropeçar numa mala ou coisa parecida.










                      Quando abri a porta, a tal prostituta estava lá esperando. Com um casaco
               três-quartos  e  sem  chapéu.  Era  mais  para  o  louro,  mas  via-se  logo  que  ela
               pintava os cabelos. Mas não era nenhum bagulho.










                      - Como vai? - perguntei, com a voz mais melosa do mundo.
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