Page 255 - 9F O APANHADOR NO CAMPO DE CENTEIO
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por cima dos outros.
- Vamos sentar numa mesa lá dentro e tomar um troço qualquer? -
perguntei finalmente.
- Foi a ideia mais maravilhosa que você teve hoje - ela disse. A infeliz
estava se matando. Era de doer. Juro que tive pena dela.
Tiramos a porcaria dos patins e fomos para aquele bar onde a gente pode
tomar uma bebida e espiar os patinadores, só de meias nos pés. Assim que
sentamos, a Sally tirou as luvas e eu lhe dei um cigarro. Ela não estava com cara
de muito feliz. Veio o garçon e eu pedi uma coca-cola para ela - ela não bebia - e
um uísque com soda para mim, mas o sacana não quis trazer, e então eu pedi
uma coca para mim também. Aí comecei a riscar fósforos. Eu faço muito isso,
quando estou num certo estado de espírito. Deixo o fósforo queimar até eu não
poder mais segurar, e então jogo no cinzeiro. É um tique nervoso.
Aí, de repente, sem mais nem menos, a Sally disse: