Page 314 - 9F O APANHADOR NO CAMPO DE CENTEIO
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Ali, sentado na escrivaninha do D. B., li o caderno inteiro. Não me tomou
muito tempo e posso passar o dia e a noite lendo um troço desses, seja caderno
da Phoebe ou de qualquer outra criança. E morro de rir. Aí acendi outro cigarro -
era o meu último. Acho que naquele dia fumei uns vinte maços. Então,
finalmente, acordei a Phoebe. Não podia ficar o resto da vida sentado naquela
escrivaninha e, além do mais, estava com medo de que meus pais aparecessem
de repente. Antes disso, queria pelo menos conversar um pouquinho com a
Phoebe. Por isso tratei de acordá-la.
Ela acorda com muita facilidade. Quer dizer, não é preciso gritar nem nada.
Praticamente, basta a gente se sentar ao lado dela na cama e dizer: "Acorda,
Phoebe" - e pronto, ela acorda.
- Holden - ela disse imediatamente. Passou o braço em volta do meu
pescoço e tudo. Ela é muito carinhosa. Muito carinhosa para uma criança. Às
vezes ela é até carinhosa demais. Dei uma espécie de beijo nela, e ela perguntou:
- Quando é que você chegou?
Estava vibrando com a minha chegada, era evidente.