Page 127 - 9F O APANHADOR NO CAMPO DE CENTEIO
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-  Oh!  Que  pena!  -  disse  ela.  E  estava  com  pena  mesmo.  Me  arrependi

               imediatamente de ter dito aquilo, mas agora já era tarde demais.









                      - Não é nada sério, não. Estou só com um tumorzinho no cérebro.











                      - Ah, não! - ela falou. Levantou a mão até a boca e tudo.









                      -  Ah,  vai  correr  tudo  bem.  É  bem  perto  da  superfície,  e  é  bem

               pequenininho e tudo. Eles podem tirar o troço em dois minutos.










                      Aí eu comecei a ler um horário de trem que tinha trazido no bolso. Só para
               parar de mentir. Quando eu começo, posso ficar mentindo horas a fio, se me dá
               vontade. Sem brincadeira. Horas.










                      Não conversamos muito depois disso. Ela começou a ler o Vogue que tinha
               trazido, e eu fiquei olhando algum tempo pela janela. Ela desceu em Newark.
               Desejou que tudo corresse bem na operação. Sempre me chamando de Rudolph.
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