Page 208 - 9F O APANHADOR NO CAMPO DE CENTEIO
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De qualquer maneira, não consegui rezar droga nenhuma. Era só começar e

               me lembrava logo da tal Sunny me chamando de bobalhão. Acabei sentando na
               cama e fumando mais um cigarro. Estava com um gosto horrível. Acho que já
               tinha fumado uns dois maços desde que havia saído do Pencey.










                      Eu ainda estava sentado ali na cama, fumando, quando de repente alguém
               bateu na porta. Fiquei torcendo para que as pancadas não fossem na minha porta,
               mas sabia muito bem que eram. Não sei como é que eu sabia, mas o fato é que eu
               sabia. E também sabia quem era. Sou meio vidente.










                      - Quem é? - perguntei. Eu estava meio apavorado. Sou um bocado medroso
               para esse tipo de negócio.










                      Ninguém  respondeu.  Bateram  de  novo,  com  mais  força.  Acabei  me

               levantando, só de pijama, e abri a porta. Nem precisei acender a luz, porque já
               era dia. Dei de cara com a Sunny e o Maurice, o cafetão do elevador.










                      - Quê que há? Quê que vocês querem? - perguntei com uma voz que não
               era lá das mais firmes.
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