Page 293 - 9F O APANHADOR NO CAMPO DE CENTEIO
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                      Continuei sentado ali, enchendo a cara, enquanto esperava que a Tina e a
               Janine viessem fazer o número delas, mas as duas não trabalhavam mais lá. Um

               cara com pinta de veado e cabelo ondulado tocou um pouco de piano, e depois
               apareceu a nova cantora, uma tal de Valência. Era bem ruinzinha, mas mesmo
               assim era melhor do que a Tina e a Janine. Pelo menos cantava umas músicas
               bonitas.  O  piano  era  bem  ao  lado  do  bar,  onde  eu  estava  sentado  e  tudo,  e  a
               Valência cantava praticamente junto de mim. Joguei-lhe um olhar de mormaço,
               mas ela fingiu que nem me via. Acho que normalmente não teria dado bola para

               ela, mas eu já estava num tremendo pileque. Mal acabou de cantar, ela deu o fora
               tão depressa que nem pude convidá-la para um drinque comigo, por isso chamei
               o garçon. Mandei-o perguntar à Valência se ela gostaria de tomar um drinque
               comigo. Ele disse que ia, mas acho que nem deu meu recado. Esse pessoal nunca
               dá os recados da gente a ninguém.










                      Puxa, fiquei sentado  naquela droga daquele bar até mais ou menos uma
               hora, bebendo como uma esponja. Já nem enxergava mais direito. Mas tomei o

               maior cuidado para não dar nenhum vexame nem nada. Não queria que ninguém
               notasse e viesse a perguntar a minha idade. Mas, pôxa, não via um palmo adiante
               do nariz. Quando fiquei de porre mesmo, comecei novamente com aquela estória
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