Page 347 - 9F O APANHADOR NO CAMPO DE CENTEIO
P. 347
Ela praticamente saltou da cama e ficou esperando enquanto eu descalçava
os sapatos. E aí dancei com ela durante algum tempo. Ela é mesmo boa pra
burro. Não gosto de ver gente grande dançando com criancinhas porque, em
geral, fica horrível. Quer dizer, se a gente está num restaurante qualquer e vê um
sujeito velho levar a filhinha para a pista de dança. Quase sempre ficam puxando
o vestido da menina para cima, sem querer, e a garota não sabe mesmo dançar
droga nenhuma. É horrível. Mas não danço em público com a Phoebe nem nada.
Só dançamos em casa e de brincadeira. De qualquer jeito, com a Phoebe é
diferente, porque ela sabe dançar. Acompanha qualquer passo que a gente dá.
Basta segurar ela bem juntinho para acabar com a diferença de tamanho das
pernas. Aí ela segue mesmo a gente. Pode-se dar passo cruzado ou aquelas
caídas ridículas, e até um pouco de puladinho, que ela segue a gente o tempo
todo. A gente pode até dançar tango, no duro.
Dançamos umas quatro músicas. Nos intervalos ela é gozada pra chuchu.
Fica na mesma posição de quando acaba a música. Não fala nem nada. A gente
também tem que ficar durinho, no mesmo lugar, esperando que a orquestra
comece a tocar outra vez. É infernal. E fica danada se a gente ri ou coisa que o
valha.
Dançamos umas quatro músicas e aí desliguei o rádio. Ela pulou de novo
na cama e se meteu debaixo das cobertas.
- Estou melhorando, não estou? - perguntou.