Page 83 - 9F O APANHADOR NO CAMPO DE CENTEIO
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Chegou se queixando do frio lá fora. Aí disse:
- Onde é que se meteu o pessoal? Isso aqui tá parecendo mais uma droga
dum necrotério.
Nem me dei ao trabalho de responder. Se a burrice dele não lhe permitiu
ver que era sábado de noite e que quem não tinha ido passar o fim de semana em
casa já estava dormindo - não era eu que ia perder meu tempo para ensinar isso a
ele. Começou a tirar a roupa. Não disse nem uma porcaria duma palavra sobre a
Jane. Nem umazinha. Nem eu, que fiquei só olhando para ele. Limitou-se a me
agradecer pelo casaco que eu tinha emprestado. Pendurou-o num cabide e
guardou no armário.
Aí, enquanto tirava a gravata, perguntou se eu havia escrito a droga da
redação para ele. Respondi que estava em cima da porcaria da cama. Apanhou-a
e foi lendo enquanto desabotoava a camisa. Ficou ali, de pé, lendo e alisando o
peito e a barriga, com a maior cara de boçal. Ele vivia alisando o peito ou a
barriga. Ele se adorava.
De repente, falou: