Page 218 - 9F O APANHADOR NO CAMPO DE CENTEIO
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mão, e ia começar a gritar, com aquela voz esganiçada de quem está apavorado,

               me pedindo para deixar ele em paz. Mas eu chumbava ele assim mesmo. Seis
               tiros bem no meio daquela barrigona cabeluda. Aí eu jogava a pistola no poço do
               elevador - depois de apagar as impressões digitais e tudo. Aí me arrastava escada
               acima até o quarto e chamava a Jane para vir fazer um curativo na minha barriga.
               Fiquei imaginando a Jane botando um cigarro aceso na minha boca e segurando
               para eu tragar, enquanto o sangue continuava a correr e tudo.










                      A  culpa  é  da  droga  dos  filmes  de  bandido.  Por  mais  que  a  gente  evite,

               acaba influenciado. Fora de brincadeira.









                      Fiquei no banheiro quase uma hora, tomando banho e tudo. Depois voltei

               para  a  cama.  Levei  muito  tempo  para  dormir,  não  estava  nem  cansado,  mas
               acabei pegando no sono. A vontade que tive foi de me matar: tive vontade de me
               atirar pela janela. Provavelmente teria pulado mesmo, se tivesse a certeza de que
               alguém ia me cobrir assim que eu me esborrachasse no chão. Não queria é que
               um bando de imbecis curiosos ficassem me olhando quando eu estivesse todo
               ensanguentado.
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