Page 236 - 9F O APANHADOR NO CAMPO DE CENTEIO
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falso a qualquer instante.
Com as entradas para os Lunts no bolso, tomei um táxi para o parque.
Devia ter apanhado o metrô ou coisa parecida, porque estava começando a ficar
curto de dinheiro, mas queria dar o fora da droga da Broadway o mais rápido
possível.
Estava horrível no parque. O frio até que não era de matar, mas o sol não
tinha saído ainda, e não parecia haver nada no parque a não ser bosta de cachorro
e poças de cuspe e pontas de charutos dos velhos, e todos os bancos onde a gente
ia sentar pareciam molhados. Além de deprimente, de vez em quando - e sem o
menor motivo - a gente ficava todo arrepiado. Nem parecia que estava tão
próximo do Natal. Não parecia que estava próximo de coisa nenhuma. Continuei
a andar na direção da pista de patinação, que é onde a Phoebe costumava ficar.
Ela gosta de patinar perto do coreto. Engraçado. É o mesmo lugar onde eu
também gostava de patinar quando era garoto.
Mas neca da Phoebe quando cheguei lá. Havia uns meninos patinando e
tudo, e dois deles jogavam bola, mas nada da Phoebe. Vi uma garota mais ou
menos da idade dela, sentada sozinha num banco, apertando o patim. Pensei que
talvez conhecesse a Phoebe e pudesse me dizer onde ela estava ou qualquer
coisa assim, por isso fui me sentar no banco ao lado dela e perguntei: